A primeira definição de olho seco foi publicada em 1995, em consenso sobre estudos clínicos patrocinados pela indústria: Olho seco é um distúrbio do filme lacrimal causada por deficiência lacrimal ou evaporação excessiva e está associada a desconforto ocular.
Em 2007, essa definição foi alterada para: Olho seco é uma doença multifatorial das lágrimas e da superfície ocular que resulta em sintomas e desconforto. (DEWS II – Dry eye workshop).
Em 2017, a definição foi alterada para: Olho seco é uma doença multifatorial da superfície ocular caracterizada pela perda da homeostasia do filme ocular, acompanhada por sintomas…”.
Anteriormente a 1995, o nome genérico “olho seco” não era usado para justificar algum desconforto relacionado a uma noite mal-dormida, excesso de trabalho, ar condicionado no carro ou no trabalho, clima seco, vento, etc. O paciente apresentava suas queixas e o oftalmologista investigava a presença de deficiência de produção de lágrima, higiene inadequada nas margens das pálpebras, presença de doenças sistêmicas ou oculares e apresentava orientação individualizada, sem classificar o paciente como portador da doença “olho seco”.
Em decorrência do marketing relacionado à nova “doença olho seco“, esse diagnóstico atualmente atinge até 50% dos pacientes segundo TFOS DEWS Epidemiology Report; 2017.
Em uma série de textos mostraremos que OLHO SECO é um dos melhores exemplos de medicalização da saúde, prescrição excessiva de colírios desnecessários, influência da indústria no receituário médico, riscos para a saúde pública e gastos desnecessários (“da boca do representante do laboratório para o receituário médico”).
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